segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Opinião Política - Equador Quer a Revolução





Nestes dias, o Equador reelegeu o presidente esquerdista Rafael Correa, em mais uma vitória do chavismo na América Latina, assumindo seu terceiro mandato consecutivo, podendo completar uma década no poder. Sua vitória se deu por meio dos programas sociais financiados pelo bom desempenho da economia, que cresceu 5,4% no ano passado, permitindo ao governo aumentar os investimentos em educação e saúde, responsáveis por fazer com que 1 milhão de equatorianos passassem à classe média. No entanto, tal crescimento econômico se deu em bases não muito sólidas, tendo a dependência excessiva do petróleo como principal fator. Rafael Correa teve o êxito em não ter até aqui acirrado a polarização do país para manter-se no governo, diferentemente de Hugo Chávez na Venezuela, e garantindo a estabilidade política do país. Vale lembrar que entre 1996 e 2006, o Equador teve 15 presidentes, sendo que três presidentes eleitos anteriormente não terminaram o mandato, tal a crise política e institucional vivida pelo Equador. Por outro lado, o governo de Rafael Correa foi marcado pela truculência com as multinacionais, como as brasileiras Odebrecht e Petrobras, e pelo calote da dívida externa, em 2008, que afugentaram os investidores externos, mas que foi compensada por acordos de financiamento com a China, somando US$ 7,3 bilhões.  Rafael Correa é acusado de ser centralizador, não aceitar críticas e ser um líder populista, que lhe renderam o título de caudilho. Rafael Correa aprovou uma nova Constituição que ampliou seus poderes e lhe deu direito á reeleição. Além disso, perseguiu críticos na imprensa, usou verba oficial para bancar jornais alinhados e condenou jornalistas. Em seu governo, houve ainda o exílio de quatro jornalistas ameaçados e o fechamento de ao menos onze meios de comunicação. E agora, Rafael Correa promete radicalizar ainda mais a revolução. Rafael Correa foi reeleito mesmo sendo uma ameaça a democracia já frágil do Equador por seu estilo autoritário e prometendo aprofundar ainda mais a revolução bolivariana, expandindo o chavismo na região, gerando rumores de um futuro incerto e sombrio para o país e a América Latina, já saturada com Hugo Chávez na Venezuela, Evo Morales na Bolívia e Cristina Kirchner na Argentina.