sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Opinião Política - Venezuela Sem Chávez







A Venezuela viveu recentemente uma crise política e institucional decorrente da doença do presidente Hugo Chávez. Reeleito em outubro, Hugo Chávez deveria tomar posse para seu terceiro mandato consecutivo no dia 10 de janeiro. No entanto, Hugo Chávez se encontrava em Cuba desde o dia 8 de dezembro para fazer o tratamento contra um câncer na região pélvica, deixando em seu lugar seu vice Nicolás Maduro e gerando dúvidas sobre o procedimento a ser seguido devido a ausência do líder em sua própria posse. A Constituição venezuelana estabelecia que o juramento do presidente eleito ocorra sempre no dia 10 de janeiro, diante da Assembleia Nacional. Para o governo a posse era apenas uma mera formalidade desnecessária, uma vez que haveria a continuidade do governo pelo fato de o presidente ser o mesmo, propondo o adiamento da posse de Chávez. Esse adiamento visava impedir o acirramento da disputa interna entre as duas maiores facções do chavismo, a de Nicolás Maduro, vice-presidente, e a de Diosdado Cabello, presidente da Assembleia Nacional. Para a oposição, os chavistas tentavam dar um golpe e estender o mandato de Hugo Chávez. No fim, a Justiça, composta por chavistas, deu ganho de causa ao governo, considerando constitucional o adiamento por tempo indeterminado porque não haveria a interrupção do mandato. A adaptação da Constituição aos interesses chavistas contou com o apoio dos governos esquerdistas de Argentina, Equador, Peru, Uruguai, Bolívia e Nicarágua. Hugo Chávez já está no poder da Venezuela desde 1999 e se encaminha para seu terceiro mandato consecutivo sob a nova Constituição bolivariana. Em todo seu governo Hugo Chávez centralizou o poder na Venezuela em sua figura, a ponto de sua ausência criar um vácuo no poder e provocar uma crise política. Não se sabe quem teria força política suficiente para substituí-lo. Tudo indica que Nicolás Maduro é o favorito entre os chavistas para uma futura sucessão de Hugo Chávez, mas sem o brilho do líder bolivariano.