terça-feira, 2 de agosto de 2011

Opinião Política - Terrorismo Europeu



No dia 22 de julho de 2011, a pacífica, tranqüila, democrática e desenvolvida Noruega foi surpreendida por um duplo atentado terrorista cometido por Anders Behring Breivik que explodiu um carro-bomba no centro de Oslo, matando oito pessoas, e saiu atirando por todos os lados na Ilha de Utoya, onde acontecia um encontro político do Partido Trabalhista do primeiro-ministro norueguês Jens Stolenberg, matando 69 pessoas, e que pretendia explodir a sede do Partido Trabalhista, no que foi considerado o maior massacre da história da Noruega depois da Segunda Guerra Mundial. Dessa vez não se tratava do terrorismo islâmico, mas sim do terrorismo de Extrema Direita. Em seus textos e manifestos, encontrados pela polícia, Anders Behring Breivik não defendia a jihad islâmica, mas sim a preservação da pureza européia branca frente a crescente presença de imigrantes e muçulmanos na Europa e a tendência de formação de uma sociedade multicultural. Essa ideologia de Extrema Direita nasceu com o nazismo da Alemanha de Adolf Hitler, que pregava a superioridade da raça ariana, e o fascismo da Itália de Benito Mussolini e que apesar de derrotada após a Segunda Guerra Mundial, permaneceu minoritária na Europa e que de vez em quando ganha força na política dos países europeus. Podemos observar esse fortalecimento na França com a candidatura de Marine Le Pen da Frente Nacional Francesa a presidência da República, na Dinamarca onde o Partido Popular tem 25 das 179 cadeiras do Parlamento, na Finlândia onde o partido político Finlandeses Verdadeiros é o terceiro maior no Parlamento, na Suécia que abriga desde neonazistas até skinheads anti-imigrantes, no Leste Europeu onde encontra terreno fértil, na Holanda onde atua o Partido pela Liberdade de Geert Wilders, na Itália onde atuam os neofascistas e na Alemanha, Inglaterra, Espanha, Áustria, Bélgica e demais países onde existem partidos políticos populistas de Direita. Nos Estados Unidos existem grupos que perseguem negros e imigrantes latino-americanos. A Europa já faz algum tempo vinha presenciando na sociedade o surgimento de um grupo xenófobo, que defende a proibição da entrada de imigrantes no continente europeu, acusando os imigrantes de retirarem os seus empregos e associando-os a criminalidade, chegando até a usar a violência contra eles. Assim, não devemos acreditar que com o assassinato de Osama Bin Laden pelas forças dos Estados Unidos tenha acabado o terrorismo no mundo, até porque além do terrorismo islâmico, que continua tendo células espalhadas pelos quatro cantos do planeta e que prega a violência para a implantação de uma sociedade fundamentalista islâmica, temos o terrorismo de Extrema Esquerda, que prega a violência para a implantação de uma sociedade socialista, e o terrorismo de Extrema Direita, que prega a violência para a implantação de uma sociedade pura e de cunho nazista, isso sem falar de movimentos que pregam a violência por qualquer tipo de ideologia espalhados pelo mundo.