quarta-feira, 13 de julho de 2011

Opinião Política - Mundo Emergente



A eleição do brasileiro José Graziano da Silva para a diretoria-geral da FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura) confirma a existência de um fenômeno cada vez mais visível nas Relações Internacionais, trata-se do maior espaço que os países emergentes têm adquirido nas discussões internacionais. Com o decorrer dos anos tem-se deslocado o poder de influência da aliança do Atlântico Norte, representada por Estados Unidos, Canadá e Europa, para a aliança dos emergentes, representada principalmente pelos BRICS, Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul e demais países emergentes nas discussões internacionais e dos processos decorrentes dele. Assim, antes a língua inglesa, a língua espanhola e a língua francesa eram consideradas os idiomas universais do planeta; hoje a língua mandarim, a língua indiana, a língua árabe e outras línguas exóticas são diferenciais no mercado. Antes as transações econômicas e comerciais se davam basicamente no Atlântico Norte; hoje o Pacífico adquire cada vez mais o protagonismo na área, com o advento do Japão, da China, da Índia e dos Tigres Asiáticos. Antes, apenas cidadãos de origem norte-americana e européia assumiam a direção de organizações internacionais; hoje podemos ver brasileiros, latino-americanos, chineses, africanos e asiáticos assumindo esses postos. Antes apenas o Ocidente num condomínio de poder decidia os rumos do planeta; hoje os países emergentes têm exigido reformas nesse sistema e maior participação, como demonstra a proposta de reforma do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) e demais organismos. Hoje vemos a disseminação de vários grupos formados por países emergentes como o G20, o G4, o G8 e o G60, que agem coordenadamente para exigir maior participação, vemos decisões favoráveis e justas aos países emergentes em diversos fóruns internacionais como a OMC (Organização Mundial do Comércio) e a participação cada vez crescente dos países emergentes nos rumos do planeta. Hoje o Brasil, a Rússia, a Índia, a China, a África do Sul e demais países como a Coréia do Sul, a Indonésia, o Vietnã e alguns países árabes puxam o crescimento econômico mundial, como verdadeiros motores desse crescimento, havendo o deslocamento dessa função, que era exercida por Estados Unidos e Europa tempos atrás, mergulhados na crise econômica, que não afetou aquelas nações emergentes, alterando com isso a correlação de forças nas Relações Internacionais. Enfim, o mundo mudou, estamos no século XXI, vivemos uma nova ordem mundial e precisamos nos adaptar ao mundo emergente.