quarta-feira, 1 de junho de 2011

Opinião Política - O Poderoso Chefão



O mundo ficou surpreso com a prisão de Dominique Strauss-Khan sob a acusação de estupro de uma camareira em Nova York. A população francesa ficou estarrecida com o episódio, chegando a desconfiar de uma suposta armação política. O poderoso Dominique Strauss-Khan era o diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional, o FMI, era o preferido pelas pesquisas de opinião para ser o presidente da França e vinha conduzindo a negociação de acordos das dívidas de Grécia, Irlanda e Portugal. Essa prisão, no entanto, apesar de envolver uma autoridade e uma organização internacional respeitada, possui apenas um caráter simbólico, mas que suscita discussões. Como se sabe, o FMI foi criado em 1944, logo após a Segunda Guerra Mundial, a partir dos acordos de Bretton Woods, tinha como finalidade manter o funcionamento do sistema financeiro mundial e entre suas regras havia a exigência de seu diretor-gerente ser um cidadão europeu. Hoje, muita coisa mudou, o mundo se globalizou, o surgimento de novos meios de comunicação permitiu aumentar o comércio e os investimentos entre as nações, a visão dos países sobre o FMI mudou e os países emergentes passaram a ter importância cada vez maior no cenário internacional e nas discussões internacionais, não refletindo mais o cenário do pós Segunda Guerra Mundial, surgindo inúmeras discussões. Discute-se atualmente sobre a origem de seu diretor-gerente, havendo a proposta de mudar essa regra, estabelecendo o mérito como fator de escolha. Exige-se hoje maior espaço nas tomadas de decisões do FMI para os países emergentes. E por fim o mundo torce para que o cargo de diretor-gerente do FMI seja ocupado por uma pessoa nascida em um país emergente ou de um continente diferente da América do Norte e Europa. Talvez alguém do Brasil, da Rússia, da Índia, da China e da África do Sul, os BRICS. Enfim, o mundo pede mudanças no FMI e o FMI busca mudar a sua imagem manchada e marcada por críticas de alguns países, em especial dos subdesenvolvidos, de que o FMI seria um instrumento do imperialismo dos Estados Unidos, de que o FMI não reflete os dias atuais e de que o FMI impõe medidas duras e rígidas demais aos países em crise, países subdesenvolvidos durante anos e agora países desenvolvidos, e que a prisão de Dominique Strauss-Khan ajuda a reforçar.