segunda-feira, 9 de maio de 2011

Opinião Política Especial - Obama Matou Osama



Na madrugada do dia 2 de maio fomos surpreendidos pelo pronunciamento na televisão no qual o presidente americano Barack Obama anunciava a morte do terrorista mais procurado do mundo Osama Bin Laden, tratava-se de uma data histórica e simbólica. Osama Bin Laden foi morto pelos soldados americanos em uma casa confortável na qual viveu por 6 anos, na cidade de Abbottabad no Paquistão, perto de um posto do exército paquistanês, ao contrário do que diziam estar escondido em um buraco nas montanhas do Afeganistão, gerando desconfianças de apoio do Paquistão. Foram dez anos de procura do maior terrorista do mundo desde os atentados as torres gêmeas do World Trade Center em Nova York, o coração financeiro dos Estados Unidos, e que provocou as guerras no Afeganistão e Iraque. Em nome da Guerra ao Terror os Estados Unidos derrubaram os regimes do Talebã no Afeganistão e de Saddam Hussein no Iraque, cometeram abuso e tortura nas prisões de Guantánamo e Abu Ghraib, montaram prisões secretas e prenderam suspeitos de praticarem terrorismo de forma arbitrária em vários países em especial da Europa, endureceram drasticamente a sua política de segurança interna muitas vezes ferindo as liberdades individuais, se isolaram do planeta e algumas vezes violaram as leis do Direito Internacional e tentaram reafirmar sua hegemonia global. Isso tudo não evitou que a Al Qaeda cometesse o atentado de Bali na Indonésia em 2002, o atentado de 11 de março em Madri na Espanha, o atentado de Londres que entre suas conseqüências provocou a morte do brasileiro Jean Charles de Menezes, e os atentados no Marrocos e em outros países africanos contra alvos ocidentais. A essa lista somam-se o ataque as embaixadas norte-americanas no Quênia e na Tanzânia, o ataque com gás ao World Trade Center e o ataque ao porta-aviões norte-americano USS COLE no Iêmen, que aconteceram antes de 11 de setembro de 2001. Como se sabe, quando da invasão da União Soviética no Afeganistão, os Estados Unidos treinaram Osama Bin Laden e seus seguidores contra as



tropas soviéticas, e eram aliados, havendo o rompimento dessa aliança e a conseqüente escolha pelo caminho do terrorismo por parte de Osama Bin Laden após o envolvimento dos Estados Unidos na Guerra do Golfo e a presença de tropas norte-americanas na Arábia Saudita durante o conflito, gesto considerado uma traição por parte de Osama Bin Laden. A morte de Osama Bin Laden não representa o fim do terrorismo, mas, junto com a revolta nos países árabes, serve como símbolo para o fim de um período da história dos Estados Unidos que começou por volta dos anos 80 e que durou até nossos dias. Período que tem como pano de fundo o Mundo Árabe e uma política conflituosa por parte dos Estados Unidos para com essa região, e é marcado pela Revolução Iraniana, Guerra Irã Iraque, Guerra do Líbano, Intifada Palestina, Guerra do Golfo, Guerra do Afeganistão, Guerra no Iraque e conflito na Líbia e que tem um ponto final na Primavera Árabe e na morte de Osama Bin Laden. Um período marcada pelo surgimento do fundamentalismo islâmico, que a Primavera Árabe demonstrou que os países árabes não concordavam com essa ideologia e que tinha como um dos seus símbolos a figura de Osama Bin Laden. Fica uma dúvida no ar: qual será o futuro do mundo a partir de agora? Como se sabe ao longo da História, os Estados Unidos precisam e sempre precisaram de um inimigo comum, ou seja, são movidos por um inimigo comum. Antes eram os povos indígenas do Oeste, logo foi a Alemanha e o nazismo, depois foi a União Soviética e o socialismo, em seguida Osama Bin Laden e o fundamentalismo islâmico, e agora? Talvez agora seja a vez da China e de seu capitalismo de Estado, uma vez que Estados Unidos e China adotam modelos políticos e econômicos diferentes e rivais. Os Estados Unidos defendem a Democracia, o Mercado e o Liberalismo e a China defende o Totalitarismo, o Estado e o Socialismo. Osama já era. E agora José?